A FORÇA DAS PALAVRAS
Se por ventura,
você se encontrar
em algumas dessas poesias,
e se identificar como personagem
central
de algum desses poemas,
ou ainda,
se você sentir dor, angustia, emoção,
saudades...
Se sentir o peito palpitar,
o coração pulsar,
a alma levitar,
ou sentir uma lembrança repentina
de um momento que você viveu,
de alguém que você não esqueceu,..
Não se assuste.
Você simplesmente está sendo tocado
pela inefável magia do poder das
palavras
através da poesia.
(Mary de Jesus)
PAIXÃO
Profundo abismo
Num mar de emoções
Que aflora os sentidos
Vazando as razões
Nos desejos contidos
Em meio a prisões.
Tão longa a espera
O
tempo ampliando
Minutos
em horas
Nas
batidas pulsando
Rasgando
o corpo
E o
peito cortando.
Desejo crescente
Felicidade que dói
Tortura envolvente
Prazer que destrói
E tão loucamente
A alma
corrói.
Virose repentina
Doença incurável
Deliciosa sorbina
Sabor incontestável
Na febre que alucina
Num ato indomável.
Corpo estremecido
Emoção desmedida
De esforço aguerrido
Em nome da vida
Que pulsa e que sangra
Sem se dar por vencida.
Vida que mata
Morte instintiva
Sentimento voraz
De atitude impulsiva
É fogo, é vulcão
É paixão explosiva.
É paixão explosiva.
(Mary de Jesus)
CORAGEM
Se eu
chorar
Que me
sequem as glândulas lacrimais,
Se eu
gritar
Que me
rompa às cordas vocais,
Se eu
tremer
Que me
atrofie toda a musculatura,
Se eu
doer
Que me
lancem pontas afiadas,
Se eu
arder
Que
me queime o corpo e a alma
Se eu
cegar
Que eu
não esqueça a imagem,
Se eu
me ferir
Que me
arranque a pele sem dó
Se eu
não cicatrizar
Que me
perfure a ferida outra vez,
Se eu
cansar
Que me
corte as pernas ao tronco,
Se eu
sangrar
Que me consuma
a última gota de sangue,
Se eu
ofegar
Que me
roube até o último suspiro,
E se eu
não mais pulsar
Que eu
morra pra viver outra vez,
Porque
viver o amor e dele morrer
É ter
coragem para renascer a amar de novo.
(Mary de Jesus)
EU
POSSO TUDO
Quando
fecho meus olhos
Abro
as janelas da imaginação
Posso
ser céu, tocar as estrelas
Posso
ser constelação
Quando
fecho meus olhos
Eu viajo
em cometas
Exploro
todas as galáxias
Visito
todos os planetas
Quando
fecho meus olhos
Do tempo eu sou viajante
Visito o passado e o futuro
E viajo
sem comandante
Quando
fecho meus olhos
Eu
posso beijar o proibido
Posso
abraçar o infinito
E
reviver o adormecido
Quando
fecho meus olhos
Eu faço
meus planos
Ignoro
os obstáculos
Me
projeto a longos anos
Quando
fecho meus olhos
Eu
faço travessuras
Sem
medo da consciência
Sem
manter a compostura
Quando
fecho meus olhos
Posso
fazer o que quiser
Eu
posso tudo, eu quero tudo
Seja
o quer for, venha o que vier.
(Mary de Jesus)
MINHAS FACES
Sou humana
Menina
carente
Guerreira
mulher
Forte e
valente
Sou metal
Navalha cortante
Rocha endurecida
Pluma esvoaçante
Sou
antídoto
Néctar
fatal
Fel
adocicado
Veneno mortal
Sou fogueira
Água transparente
Fonte obscura
Chama envolvente
Sou
outono
Inverno
e verão
For de
primavera
Qualquer
estação
Sou ilusão
Feita do irreal
Peça do destino
Providencial
Sou
lágrima
Fonte
de emoção
Extinto
genioso
Buscando
o perdão
Sou pedaços
Procurando cola
Preenchendo espaços
Por ai a fora.
(Mary de Jesus)
EU POSSO TOCAR VOCÊ
Me
descobri em palavras
Me descobri em missão
Para sentir a alma humana
Para mexer com a emoção
Trago o dom da escrita
Posso entrar no seu interior
Posso absorver seu passado
Posso tocar sua dor
Posso ler pessoas
Decifrar sentimentos
Psicografar emoções
Aliviar ferimentos
Posso enaltecer
fúrias
Posso despertar
paixões
Posso
acalentar amarguras
E despertar
reflexões
Posso
te olhar por dentro
Posso te analisar por fora
Posso te expor em poesia
E te encontrar em outrora
Eu posso encantar você
Posso te emocionar
Posso te tocar na alma
Posso te adivinhar
Posso usar o olhar
Para te compreender
E de forma poética
Eu declamo você
Através das palavras
Eu posso te
descrever
E usando a poesia
Eu posso tocar
você.
(Mary de Jesus)
VALSA DAS PALAVRAS
Escrevo,
Escrevo
em linhas tortas, retas, invisíveis
Escrevo
seduzida pelas palavras
De essências intransponíveis.
Escrevo
com a alma sorrindo
Com o coração cantando
Com
a alegria fluindo
Do
meu ser levitando.
Escrevo
construindo
Destruindo
vazios
Ultrapassando
razões
Sentindo
as emoções.
Escrevo
sem conhecer
Todas
as palavras que eu quisera saber
E me
aproximo delas
Para
a elas absorver.
Escrevo
encantada, enamorada
Como
se deslizasse uma valsa no salão
Seduzida
por um cavalheiro
No
baile da minha ilusão.
Escrevo
sem ser escriba, sem ser poeta
Explorando
significação
E
vou construindo histórias
Como
nos versos de uma canção.
Escrevo,
simplesmente escrevo
Ouvindo
a voz do meu coração
E
vivo assim em meio as palavras
Dançando
com elas na imensidão.
Escrevo,
apenas escrevo.
(Mary de Jesus)
OLHANDO
ESTRELAS
Quando
olho as estrelas
Vejo
anjos dançando
Sinto-me
completa
Sinto-me
levitando
Com
alma de atleta
Pelo
céu treinando
E
nada me afeta
Eu
sigo voando...
Quando olho as
estrelas
Vejo
possibilidade
Sinto-me criança
Sinto-me
verdade
Relembro a
infância
De felicidade
E tudo é
lembrança
Tudo é
saudade...
Quando olho as estrelas
Eu saio de mim
Sinto-me
refrão
Sinto-me assim
Uma bela canção
Música enfim
Como numa oração
Emoção sem fim...
Quando olho
as estrelas
Sou
constelação
Sinto-me brilhar
Sinto-me
clarão
Centelha a flutuar
Na imensidão
Luz a
realçar
A
imaginação...
Quando
olho as estrelas
Viro
poesia
Sinto-me
imortal
Sinto-me
alegria
Sarau
celestial
Bela
antologia
Tudo
é cordial
Tudo
é fantasia.
(Mary de Jesus)
AS MULHERES EM MIM
Fui
enviada em missão
Numa longa viagem
Com minhas vidas passadas
Guardadas na bagagem
Eu sou toda
fragmentos
De uma alma
completa
Peregrinando pelo tempo
Na previsão
de um profeta
Carrego
diversas mulheres
Pela herança existencial
Para cada sentimento
A
força transcendental
Helena de Tróia,
Cleópatra
Mulheres de
fortes paixões
Diana de
Poitiers e Julieta
Envolta em
emoções
Joana
D’arc, Iansã
Tempestivas lutadoras
Anita e Olga Benário
Ideológicas sonhadoras
Frida Khalo e
Tarcila
Minhas almas
de artista
Rachel de
Queiroz e Lispector
Em meus
traços na escrita
Sou
centelha dessas mulheres
Em minhas faces escondida
Sou metade incompleta
Me buscando além da vida.
(Mary de Jesus)
EU
POSSO TUDO
Quando
fecho meus olhos
Abro
as janelas da imaginação
Posso
ser céu, tocar as estrelas
Posso
ser constelação
Quando
fecho meus olhos
Viajo
em cometas
Exploro
todas as galáxias
Visito
todos os planetas
Quando
fecho meus olhos
Do tempo sou uma viajante
Volto
ao passado, visito o futuro
Viajo
sem comandante
Quando
fecho meus olhos
Eu
posso beijar o proibido
Posso
abraçar o infinito
E
reviver o adormecido
Quando
fecho meus olhos
Eu faço
meus planos
Ignoro
os obstáculos
Me
projeto a longos anos
Quando
fecho meus olhos
Eu
faço travessuras
Sem
medo da consciência
Sem
manter a compostura
Quando
fecho meus olhos
Posso
fazer o que quiser
Eu
posso tudo, eu quero tudo
Seja
o quer for, venha o que vier.
(Mary de Jesus)
AQUARELA BRASILEIRA
Daquele preto
Escuro retinto
Sombra reluzente
Herdeiro distinto
Da raça e da cor
Forte e viril
Português-africano
Do preto Brasil.
Daquele preto
De alma guerreira
Do branco e do índio
Quebrou a fronteira
E na mistura do sangue
Fez nossa bandeira.
(Mary de Jesus)
MEUS SONHOS
Os
sonhos que eu tive eram ilusionistas
E
me transformavam numa imortal
Os
sonhos que eu tive eram fantasias
E
encantaria qualquer ser mortal.
Os sonhos que eu tive eram adocicados
E preenchia a vida com muita ternura
Os sonhos que eu tive tinham liberdade
Sem haver sequer alguma censura.
Os
sonhos que eu tive tinham mistérios
Onde
eu desvendava todos os segredos
Os
sonhos que eu tive eram de coragem
Onde
eu vencia todos os meus medos.
Os sonhos que eu tive eram cor-de-rosa
Porque
eram pintados com o meu amor
Os sonhos que eu tive eram anestésicos
E aliviavam toda a minha dor.
Os
sonhos que eu tive tinham harmonia
E
a alegria estava em qualquer lugar
Os
sonhos que eu tive tinham heróis
Que
me socorriam ao meu chamar.
Os sonhos que eu tive eram possíveis
Porque eram
feitos de esperança
Os sonhos que eu tive se realizavam
Porque eu era apenas uma criança.
(Mary de Jesus)
ENCONTRO
DAS ÁGUAS
Forte temporal
Torrente hostil
Surgindo, fluindo
Rompante e viril.
Fria tempestade
De águas correntes
Atingindo os flúmens
Em marés presentes.
Intrigante mar
Fonte cristalina
Em disfarce turvo
Pedra turmalina.
Invasiva enxurrada
Desaguando emoções
Nas águas contidas
Quebrando impressões.
Encontro das águas
Correnteza afluente
Entre rios e rios
De um Rios
envolvente.
Choque entre as águas
Enchendo vazios
Rompendo barreiras
Entre
Mar e Rios.
Rios que transborda
Oásis em deserto
Nascente distante
Estando tão perto.
Curso perigoso
Forças desmedidas
Insurfável ondas
Águas proibidas
Profundo
oceano
Emoções
sem fim
Águas
fervescentes
Desaguando
em mim.
(Mary de Jesus)
A faca
que me corta
Corta meus dias com tanta amargura
Corta meus dias com agressão
Corta meus dias com tanta ternura
Corta
meus dias com inovação.
A faca
que me corta
Corta meus sonhos com a realidade
Corta meus sonhos pela ilusão
Corta meus sonhos com brutalidade
Corta meus sonhos com ostentação.
A faca
que me corta
Corta meu coração com encantamento
Corta meu coração pela emoção
Corta meu coração com deslumbramento
Corta meu coração com ingratidão.
A faca
que me corta
Corta minha alma com sentimento
Corta minha alma pela devoção
Corta
minha alma pelo tormento
Corta minha alma pela oração.
A faca
que me corta
Corta-me a amizade e o perdão
Corta-me os desejos e a tentação
Corta-me os esforços e os sentidos
Corta-me os amores e a paixão.
A faca
que me corta
É afiada pra poder furar
É afiada pra poder rasgar
É afiada pra fazer sangrar
É a própria vida no seu pulsar.
(Mary de Jesus)
Lindas poesias. Convido a conhecer meu blog: https://rcabrelepoesias.blogspot.com
ResponderExcluirGrata por sua visita em meu blog prezado Reginaldo. Farei sim, com enorme prazer, uma visita ao seu blog para conhecer o seu trabalho poético.
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